segunda-feira, 29 de novembro de 2010

SILVESTRE FALCÃO - UM PERCURSO POLÍTICO REPUBLICANO

Vai realizar-se no próximo dia 2 de Dezembro, em Tavira, na Biblioteca Municipal Álvaro de Campos, pelas 21 horas, uma conferência com o Eng. Luís Guerreiro, subordinada ao título: Silvestre Falcão - Um percurso político republicano. Silvestre Falcão, médico republicano, foi um dos companheiros de curso de António José de Almeida, em Coimbra. Colaborou desde muito cedo na imprensa republicana em Coimbra e depois a nível nacional. Concluído o curso instalou-se em Loulé, onde exerceu medicina durante alguns anos, passando depois a Tavira onde foi um dos dinamizadores do Partido Republicano local juntamente com o seu colega António Padinha e Zacarias Guerreiro. Enquanto os últimos permanceram sempre ligados a Tavira, onde exerceram funções a nível local durante a República. Silvetre Falcão foi chamado a desempenhar cargos de maior responsabilidade. Foi Governador-Civil de Coimbra,Ministro, deputado e depois Senador. Luís Guerreiro, o conferente, é Engenheiro, mas um apaixonado pela História Local e Regional. Colaborador, à longos anos da imprensa regional, Chefe de Divisão na Câmara Municipal de Loulé, bibliófilo reconhecido e detentor de uma das boas bibliotecas particulares que existe na região. Uma actividade a não perder. A.A.B.M.

domingo, 28 de novembro de 2010

JOÃO FRANCISCO CARREÇO SIMÕES (1893-1954)



João Francisco Carreço Simões "nasceu em Casa Branca (Sousel) a 30 de Agosto de 1893, filho de José Francisco e de Joaquina Inácia. Aos 11 anos foi trabalhar para a freguesia da Granja, Mourão, como empregado do comércio, e depois para Évora, de onde passou para Estremoz, como empregado de escritório na Casa Barbosa & Irmão.

Com a morte do principal sócio, Constantino Barbosa, Carreço Simões tornou-se sócio maioritário e depois no único proprietário e gerente, passando a empresa a designar-se Barbosa, Irmão & Suc. Associou-se a Máximo José da Rocha [1868-1940, nascido, também, em Casa Branca; maçon, foi iniciado no triângulo nº 115 do REAA, de Veiros, com o n.s. 'Napoleão', sendo um dos fundadores, a 19 de Março de 1911, da Loja Emancipação nº 323] para explorar uma fabrica de moagem e energia eléctrica [Fábrica de Moagem e Electricidade, fundada em 1916, em Estremoz], sendo-lhe concedida ate 1930 a concessão do fornecimento de electricidade a Estremoz.

Republicano desde os tempos da propaganda, foi amigo de António José de Almeida, que apoiou politicamente. Vice-Presidente da Câmara Municipal de Estremoz após a proclamação da Republica, com o pelouro dos Expostos, Beneficência e Instrução. Fez parte da Comissão Distrital de Évora do Partido Republicano Nacionalista.

Iniciado em 7 de Maio de 1911 na Loja Emancipação nº 323, do REAA, de Veiros, com nome simbólico desconhecido. Deixou a obediência do G.O.L.U. em 1 de Novembro de 1914 com a Loja"

[NOTA: A Loja Emancipação, de Veiros, foi "abatida" ao quadro das Lojas do GOLU a 9 de Novembro de 1914 – cf. José Bernardo Ferreira, 'Maçonaria Universal', Lisboa, 1921, p. 154. Curiosamente, surge no decorrer da crise que, nesse ano, envolveu o Supremo Conselho do 33º Grau do REAA e o Grão-Mestre do GOLU, à volta do novo projecto de Constituição Maçónica (publicada, justamente, no dia 9 de Novembro). Considerava o Supremo Conselho que, pelo projecto, se estava a quebrar o pacto federativo (entre os diversos ritos) de 1869, pelo que retomaria a sua 'autonomia e independência' – ibidem. Na verdade, a 14 de Agosto, o Supremo Conselho elege como Soberano Grande Comendador Luís Augusto Ferreira de Castro (cargo abandonado por Sebastião Magalhães Lima) e como Grande Orador, André Joaquim de Bastos (cargo vago pela demissão de José Pinheiro de Melo). E, nesse mesma data, declara que 'reassume a sua autonomia' – ibidem -, constituindo o Grémio Luso-Escocês, correspondente a 'mais de um terço do povo maçónico português' (cf. A.H.O.M., 'A Maçonaria Portuguesa e o Estado Novo', 1975, p. 49). Curiosamente 'este grupo apoiou Sidónio Pais em 1917-1918, enquanto o Grande Oriente foi perseguido' (ibidem). Por sua vez, a 9 de Novembro é publicada a nova Constituição, 'baseada numa Confederação de Lojas, e declarando dependente destas (art.39º) os Capítulos, Conselhos e Consistórios, e subordinando ao Conselho da Ordem e à Grande Dieta as Câmaras Chefes de todos os Ritos, inclusive o Supremo Conselho do Grau 33º' – José Bernardo Ferreira, p. 154. Deste modo, O Supremo Conselho cinde-se em dois, e só em 1926 (ou melhor, em 1928-29) foi restabelecida 'a sua plena autonomia' e 'unidade do Supremo Conselho' (ver Dicionário de Maçonaria, de A.H. de Oliveira Marques, vol. I, col. 1401-1402)]

Morreu, João Francisco Carreço Simões, a 13 de Marco de 1954 em Estremoz"

in António Ventura, A Maçonaria no Distrito de Portalegre (1903-1935), 2007 [aliás in "Da Vida que passa", Brados do Alentejo, n.º 1186, 21 de Marco de 1954, pp. 1 e 3]

J.M.M.

COMEMORAÇÕES DO CENTENÁRIO DA REPÚBLICA EM ESTREMOZ



FOTO - Placa Comemorativa (Edifício dos Paços do Concelho) alusiva ao Centenário da Republica com o nome dos Primeiros Vereadores que tomaram posse a seguir à Proclamação da República em Estremoz [descerrada no dia 5 de Outubro de 2010 - ler AQUI]

Presidente: Júlio Augusto Martins
Vice-Presidente: João Francisco Carreço Simões
Vogal: Martiniano Brás Simões (1874-?)
Vogal: Miguel Rodrigues de Figueiredo
Vogal: António Luís Coelho.

[Foto cedida por Mariana S. T. Alface]

J.M.M.

JOSÉ RELVAS - FOTOBIOGRAFIA



LIVRO: Fotobiografia de José Relvas
AUTOR: José Raimundo Noras
EDITORA: Imagens & Letras (2010)

"Nos seis capítulos do livro, Raimundo Noras pretendeu construir uma multifacetada história de vida de José Relvas. Esse percurso inicia-se com uma abordagem às origens familiares dos Relvas, para depois evocar o "homem do Ribatejo", enquanto produtor agrícola e dirigente de classe. Os acontecimentos políticos que marcaram a instauração da República Portuguesa têm particular destaque no capítulo 'Conspirador, diplomata e ministro'. Nesse capítulo, o autor inclui um relato das 33 horas da Revolução de 5 de Outubro, com base nas memórias do próprio José Relvas, sobre o qual não falando deixando o desafio à sua leitura.

A fotobiografia aborda ainda as facetas de coleccionador, de mecenas e de músico na vida do biografado, detêm-se na história da constituição da Casa dos Patudos, para por fim evocar as memórias, sempre presentes, de José Relvas
" [ler AQUI]

J.M.M.

A REPÚBLICA - ETNOGRAFIA DO QUOTIDIANO


SESSÃO: A República - Etnografia do Quotidiano [já por nós AQUI REFERIDA]
DIA: 30 de Novembro de 2010
LOCAL: Museu Nacional de Arqueologia (Mosteiro dos Jerónimos, Lisboa)
ORGANIZAÇÃO: Museu Nacional de Arqueologia/Instituto dos Museus e Conservação/ Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República.

PROGRAMA:

17,30 Horas: A República e o Museu Nacional de Arqueologia (por Luís Raposo) / Os Valores da República (por Amadeu Carvalho Homem) / Objectos do Quotidiano na República, 100 anos depois (por Catarina Portas);

18,30 Horas: Lançamento de Catálogo e inauguração de espaço expositivo no Átrio do Museu Nacional de Arqueologia.

ler TODO O PROGRAMA AQUI:

J.M.M.

sábado, 27 de novembro de 2010

COLÓQUIO ENCRUZILHADAS: MANUEL TEIXEIRA GOMES, LUZ E SOMBRA NO HORIZONTE INCERTO

No próximo dia 10 de Dezembro, em Portimão, vai realizar-se o Colóquio Encruzilhadas: Manuel Teixeira Gomes, Luz e Sombra no Horizonte Incerto, com coordenação científica do Professor Doutor José Tengarrinha, professor jubilado da Universidade de Lisboa. Uma iniciativa realizada pela Câmara Municipal de Portimão, que vai decorrer nas instalações do Museu Municipal de Portimão. Serve o presente colóquio para assinalar os 150 anos do nascimento de Manuel Teixeira Gomes, para assinalar o Centenário da República e realiza-se no dia em que Portimão foi elevada à categoria de cidade em 1924. Uma actividade a acompanhar com todo o interesse. A.A.B.M.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

LEILÃO DE LIVROS NO PALÁCIO DO CORREIO VELHO


Está em curso desde ontem, continuando hoje, 26 de Novembro e na próxima segunda-feira, 29 de Novembro, pelas 15 horas, o Leilão onde se pode encontrar livros de manuscritos conforme se constata na página de abertura do catálogo:

Leilão de Livros e Manuscritos
Interessante Biblioteca constituida por obras de:
Arte - Literatura - Descobrimentos - Encadernações - Genealogia
Direito - Farmacopeia - Fim da Monarquia - Maçonaria - Modernismo
Religião - Republicanismo - Viagens e Vida em África - Manuscritos - Gravuras
Álbuns de Fotografias e Postais - Revistas
Valioso Livro de Horas
Arquivo Documental de D. António Maria de Lencastre


Entre as obras que nos interessam podemos apontar para a sessão de hoje e de segunda-feira, as seguintes propostas:
304 - FREIRE, João Paulo (Mário),LISBOA DO MEU TEMPO E DO PASSADO. Do Rocio á Rotunda.4 vols. Lisboa, 1931 - 1939.

307- GALERIA BIOGRAPHICA CONTEMPORÂNEA LUSO- BRASILEIRA.Commercio e Industria. 4 vols.Lisboa, Empreza Almeida Pinto & Cª. 1880 - 1884.

353 - HISTÓRIA DO SÉCULO XX.Conjunto de três (3) títulos, em 3 vols. brs.: 1 - OSÓRIO, Paulo. ATRAVÉS DO «LIVRO BRANCO. Uma página de história contemporânea.». Porto, 1920. In-4º de 190 págs. - BANDEIRA, António. OS GRANDES ARMAZENS DA DESVENTURA. Lisboa, 1931. In-
4º de 265 págs. - FONTES, Vital. SERVIDOR DE REIS E DE PRESIDENTES. Da Monarquia à República... Compilação de Rogério Perez. Lisboa,1945

368- ILLUSTRAÇÃO (A). Revista de Portugal e do Brazil... Director-
Proprietário: Mariano Pina. Vols. II e 22 números soltos dos vols. IIIIV e V. Paris, 1885 - 1889.

383 - JUNQUEIRO, Guerra.Conjunto de dois (2) títulos em 2 vols. brs., que são: 1 - FINIS PATRIAE. Porto, Empreza Litteraria e Typographica, 1891. In -4º de 62 págs. Capa e lombada com pequenas falhas. Manchas de acidez frequentes. Obra cheia de ódio, na altura muito apreciada, dedicada à Mocidade das Escolas. Primeira edição, rara. ; 2 - ORAÇÃO Á LUZ. Porto, Livraria Chardron, 1904. In -4º de 32 págs. Primeira edição deste famoso poema, dedicado a Fialho de Almeida. Primeira edição, invulgar.

404 - LIBERAISConjunto de dois (2) títulos, em 2 vols. : 1 - PINTO COELHO,F.J. , CONTEMPORÂNEOS ILUSTRES: António Maria de Fontes Pereira de Mello. Lisboa, 1877. In - 4º de 387 págs. Br. Com a fotografia
apensa e valorizado ainda com a dedicatória.Em bom estado de conservação, esta apreciada história da época.;2 - FREITAS OLIVEIRA, Jacintho A., JOSÉ ESTEVÃO Esboço histórico. Lisboa, 1863. In-4º de X-407 págs. Meia encadernação da época. Com o retrato gravado do grande tribuno.

421 - LIVRO DO CENTENÁRIO DE MOUZINHO DE ALBUQUERQUE.1855 -1955. Lisboa, (Empresa Tipográfica Casa Portuguesa Sucessores, Lda., 1955. In - 4º máx. de 321 - IV págs.

430 - MACHADO, Bernardino. A POLÍTICA E O PODER MILITAR. Vila Nova de Famalicão, Tip.

432- MACHADO, Diogo Barbosa.
BIBLIOTECA LUSITANA Histórica, Crítica e Cronológica por....,Tomo I (II & III). Lisboa, 1930 - 1935.Minerva, 1926.

440 - MAÇONARIA LUSA Conjunto de cinco (5) títulos, em 5 vols. brs.: 1 - VERNEX, Jorge. A MAÇONARIA E FERNANDO PESSOA. Lx., New Face, 1997.In-8º de 85 págs. Cartonagem. Texto policopiado.; 2 - MARQUES, Oliveira. FIGURINOS MAÇÓNICOS OITOCENTISTAS. Um
Guia de 1841- 42
, apresentação... Lx., 1983. In-4º de 79 págs.; 3 -
MARQUES, Oliveira. DICIONÁRIO DE MAÇONARIA PORTUGUESA.
Vol. II. Lx. 1986. In-4º da pág. 794 à 1536. Brochado. Notável investigação das ramificações maçónicas na vida portuguesa.; 4 - PESSOA, Fernando. A MAÇONARIA vista por... Reimpressão em 1993 do artigo no jornal de Janeiro de 1935 e da polémica, conforme Petrus editara em livro. In-4º de 54 págs. Brochado.;
5 - GRANDE ORIENTE LUSITANO UNIDO. Ritual do Grau de
Aprendiz
. Lisboa, 1974. In-4º 107 págs. Substancial publicação.

451 - MAÇONARIA Conjunto de três titulos em 3 vols. brs., que são: 1-CARVALHO, António Carlos. PARA A HISTÓRIA DA MAÇONARIA EM PORTUGAL.(1913 - 1935). 2ª edição. Lisboa, Colecção Janus, 1993. In -8º de 195 -(1) págs.Ilustrado. Brochado. Obra que «pretende lançar um pouco de luz nas trevas... numa complicada teia de mal entendidos, preconceitos e falsidades sobre a Maçonaria». ; 2 - ANNAES E CODIGO DOS PEDREIROS LIVRES EM PORTUGAL.
Pelo auctor da Bib. Maç. e Arch. Mystica, etc. Lisboa, 1853( aliás Ericeira, Sol Invictus Atelier, 1990). In - 8º de 117 - (11) págs. Brochado. Reimpressão em facsimile da 1ª edição de 1853. Tiragem de apenas 300 exemplares não numerados. Obra que permite a reflexão sobre a expansão desta instituição secreta e conhecer os fundamentos lendários ou históricos em que se baseia a sua constituição ; 3 - BOER Gr. 25. CONFERENCIA Celebrada na noite de 18 de Outubro de 1903. A CONSPIRAÇÃO DE 1817 contra a vida do General Gomes Freire de Andrade
Grão Mestre da Maç. Portugueza. (Lisboa, 1903). In -8º de 19 - (1) págs. Brochado, com as capas ilustradas.

499 - MARTINS, Rocha. D. MANUEL II. História do seu Reinado e da Implantação da República. S.l., Edição do Autor, 1931.

500 - MARTINS, Rocha. JOÃO FRANCO. O Seu tempo e comentários livres às cartas d’El- Rei D. Carlos. Lisboa, s.d.

502 - MARTINS, Rocha. LISBOA DE ONTEM E DE HOJE. Lisboa, 1945.

506 - MARTINS, Rocha. PIMENTA DE CASTRO. Dictador. O 14 de Maio. Lisboa, Edição do autor, s.d.

516 - MEMORIALISMO Conjunto de três (3) títulos, in-4º. em 3 vols. brs: 1 - BRAMÃO, Alberto.ÚLTIMAS RECORDAÇÕES. Lisboa, 1945. 319 págs.Histórias e ditos de dezenas de escritores portugueses, com reflexões lúcidas. Edição de 500 exemplares fóra do mercado e com dedicatória de D. Adelaide Bramão a A. C. de Almeida.; 2 - CÂMARA LIMA. BECO DO FALA - SÓ. Lisboa, s.d. In-4º de 352 págs. Histórias e Memórias lisboetas, de Ortigão a Antero de Figueiredo, de Fialho a Sidónio. Com dedicatória a A. Chaves de Almeida ; 3 - SARMENTO, José. CIDADE DE MÁRMORE. Lx.1937. In-4º de 263 págs. Artigos sobre Justino Soares, Bento Moreno, Bruno, Eça, mestre Gualdino Gomes, etc. Obras valiosas para a história cultural portuguesa.

530 - MONARQUIA - REPÚBLICA
Conjunto de cinco (5) títulos, em 6 vols., brs.: 1 - AZEVEDO, A. J.
D. CARLOS O DESVENTURADO. Notas íntimas e notícia histórica do attentado contra a Familia Real Portugueza. Lisboa, 1908. In-4º de 31 págs. Notas e descrições muito próximas da tragédia.; 2 - ARROYO, João. DISCURSOS PARLAMENTARES, proferidos na sessão legislativa de 1885. Porto, 1885. In-4º de VIII-284 págs. Sem capa posterior, lombada fendida. Valiosos discursos.; 3 - TEIXEIRA DE QUEIROZ. O SALLUSTIO NOGUEIRA. ESTUDO DE POLÍTICA CONTEMPORÂNEA. Nova edição, completamente refundida, e com uma nota de Camillo Castello Branco àcerca deste romance. 1ª e 2ª partes. Lisboa, Parceria A. M. Pereira, 1909. In-4º de 237 e 264 págs. Capas com leves manchas e lombadas frágeis.; 4 - TEIXEIRA DE QUEIROZ. A GRANDE CHIMERA. Lisboa, 1919. In-4º de 268 págs.; 5 - BORGES GRAINHA. HISTOIRE DU COLLÈGE DE CAMPOLIDE et de la Residence des Jesuites à Lisbonne. Lisbonne, 1914. In-4º gr. de XIII-184 págs., e numerosas fotografias em extra - texto. Destaque para a contextualização das campanhas dos jesuítas (anti-liberais e anti-democráticas) e
para a história do Colégio no séc. XIX. Profusamente ilustrado. Diversificado conjunto.

561 - NORONHA, Eduardo de. FIM DO SÉCULO XIX.
Conjunto de dois (2) títulos, em 2 vols. encs.: 1 - REINADO FLORESCENTE. Soberano pacifico. Alguns elementos para a reconstituição da epoca de D. Luiz I. Lisboa, Romano Torres, s.d. In-8º gr. de 251 págs. Meia encadernação francesa em chagrin com cantos, dourada na lombada. Valorizado pela dedicatória do autor ao médico Dr. Alberto Bastos.Capítulos muito diversificados e interessantes desde o das crenças e procissões, jogo e lotarias, estadistas e burocratas, à faustosa e concorrida recepção do noivado de D. Amélia em Paris, etc.; 2 - VINTE E CINCO ANOS NOS BASTIDORES DA POLITICA. Emygdio Navarro e as «Novidades». Porto, 1913. In-4º gr. de 411 págs. Meia encadernação em tela, com cantos. A política e o jornalismo, vistos por dentro, com centenas de histórias - anedotas
das principais figuras da época. Apreciados títulos, do segmento histórico melhor conhecido de Eduardo de Noronha.

Conjunto notável de obras de Eduardo de Noronha que se prolonga ao longo de vários lotes.

647 - PERFIS LITERÁRIOS Conjunto de seis (6) títulos, em 6 vols. brs.: 1 - VILLA - MOURA, Visconde. O POETA DA AUSÊNCIA. Porto, Renascença Portuguesa, 1926. In-4º de 1 págs. Perfil de Mário Beirão.; 2 - VILLA-MOURA, Visconde. FIALHO D’ALMEIDA. Porto, Renascença Portuguesa, 1917. In-4º de 137 págs. Edição em papel de linho.; 3 - MENDES, Manuel. BREVE PERFIL DE HERCULANO. Porto, 1945. In-4º de 54 págs.; 4 - CHAVES,Castelo Branco. FIALHO DE ALMEIDA. Com prefácio de António Sardinha. Lisboa, 1923. In-4º de XXXIV-71 págs. Destaque para a aguçada crítica de Sardinha ao «revoltado» Junqueiro, bem menor que para o «inadaptado» Fialho.; 5 - MENDONÇA, Henrique Lopes de. JÚLIO DANTAS. Esboço de perfil literário. Lisboa,1923. In-4º máx. de 11 págs.; 6 - NOBRE, Carminé. TRÊS POETAS Eugénio de Castro, Afonso Duarte e Miguel Torga. Coimbra, 1947. In-4º de XV-65 págs. Ilustrado. Valiosas achegas, em obras invulgares.

658 - PINHEIRO, Raphael Bordallo. A PARÓDIA.Caricaturas de Raphael & M. Gustavo Bordallo Pinheiro. Anos I, II e IV. 1900, 1901 e 1903. Lisboa, Editor Candido Chaves (Typographia e Lithographia da Companhia Nacional Editora). In-fólio 3 vols. de cerca de 400 págs., cada. Revestidos de duas meias encadernações em tela vermelha, e uma em tela verde, assinadas por «Paulino Enc.». O 2º ano, 1901, com falta de algumas folhas no nº 51, e soltas e danificadas no nº 61. Fabulosas crónicas e caricaturas sobre a vida nacional, destacando-se os tipos, os vícios e artimanhas, e ainda a vida artística e política. Fonte inesgotável sobre a época e as principais personagens. Sempre actual.

669 - PINTO, Silva. HORAS DE FEBRE. Lisboa, Imprensa Sousa Neves, 1873. In - 4º de 100 págs. Brochado. Este inconoclasta do final do séc. XIX assume nestes textos «a árdua tarefa que consiste em arrancar a máscara aos Escribas e Fariseus da imprensa venal, aos homens ridiculos, que a geral ignorância arvorou em potentados». Invulgar.

726 - REPÚBLICAConjunto de quatro (4) títulos, em 4 vols. brs.: 1 - MADUREIRA, Joaquim.(Braz Burity). AS DESVIRTUOSAS MALFEITORIAS. Lx., 1930. In - 4º de 311 págs. Ilust.. Críticas fortes aos «mandarinatos, mandarins e mandões». Invulgar.; 2- HEMETERIO ARANTES. O PARLAMENTARISMO E O MODERNO THEATRO. Lisboa, Liv. Ferreira, 1917. In-4º gr. de 74 págs. Br. Contracapa com falhas. Conferência na
Liga Naval que deu brado à esquerda e à direita por provar que os «deputados da nação... são unicamente representantes de si mesmo ou do chefe político que os manda no Parlamento»; 3 - CASTRO, Augusto de. O QUE EU VI E OUVI EM HESPANHA. Junho a Agosto de 1917. Lx. 1917. In-4º de 61 págs.; 4 -CAMACHO, Brito. NAS HORAS CALMAS. Lx. 1920. In-4º de 256 págs. Conjunto invulgar e divertido, de muita actualidade no centenário da República.

728- REPUBLICANISMO. Conjunto de dois (2) títulos, em 2 vols. brs.: 1 - BRAGA, Guilherme. O BISPO. Nova «Heresia», em verso. Segunda edição com o retrato e uma poesia inédita de autor, e um preâmbulo por J. Pereira Sampaio (Bruno). Porto, 1895. LVIII-(VI) págs. Capa com pequenas falhas. No
prefácio, tendente «à extirpação das dinastias», Bruno fala da «incredulidade lunática de Pedro d’ Amorim Vianna», estigmatiza o rei D. Pedro IV, pela «sua monomania metaphysica, que lhe tomava as atenções para os mais abstrusos, estéreis pontos da philosophia transcendental», e considera que «poderia reputar-se no único momento feliz do seu transcurso terrestre», ao morrer.; 2 - FALCÃO, José. CARTILHA DO POVO. Lisboa, Livraria Central, 1909. In - 4º peq. de 36 págs. Brochado. Muito invulgar folheto de propaganda anti-realista nas vésperas da revolução republicana: «é preciso que o Povo tome conta do governo
da nação, é preciso que trabalhemos pela República, porque a riqueza virá depois aos que trabalham...». Raro testemunho da utopia no republicanismo e muito actual, no seu centenário português.

730 - REVISTA DOS TRIBUNAES. Redactores e proprietarios Augusto Maria de Castro e António FerreiraAugusto. Annos1, 2 e 3. Porto, Typographia Universal, 1882 - 1885.

731- REVISTASConjunto de cinco (5) títulos em 24 vols., avulsos, brs: 1 - ALMA NACIONAL.Revista Republicana. Director: António José d’Almeida. Nºs 1 a 13. Fevereiro a Maio de 1910. São os treze primeiro números.;
2 - O DOMINGO ILUSTRADO (Archivo de Historia Patria). Vols. I e
II. Lisboa, 1898. In - fólio 2 vols. em 452 págs. Apreciados apontamentos históricos sobre as cidades e vilas, com os brasões das mesmas. Invulgar. ; 3 - A PARÓDIA. Fundador Raphael Bordallo Pinheiro. 5 números de 1905.; 4 - BRASIL PORTUGAL. Lisboa, 1909. Nº 246.; 5 - A FARÇA. Nºs 1, 2, 3 e 5. Coimbra, 1909. In-4º 4 nºs de 16 págs., cada. Foram publicados apenas 6 números. Colaboração de Veiga Simões, António Arroyo, Ana de Castro Osório, Luis da Câmara Reys
e Hipólito Raposo, bem ilustrada com finos desenhos e caricaturas.
Muito rara e apreciada revista conimbricense. Invulgar conjunto.

733 - REVOLUÇÃO. Diário Académico Nacionalista da tarde. Lisboa, 1932. In-fólio 2 vols. de 65 números de 4 págs., cada. Meias encadernações
modestas em tela azul, cansadas, com cantos. O segundo volume com sinais de traça no festo de metade do volume. Revista nacionalista lisboeta muito rara, não citada nos dicionários de Daniel Pires, ainda que tenha uma parte literário-filosófico de monta. Redactores: António do Amaral Pyrrait, António Pedro (a principal alma da revista), Dutra Faria, António de Sousa Rego. Publicações noticiosas
do que se passava no mundo e também na Lisboa literária, particularmente no Chiado, tal como a publicação dos Acrónios com prefácio de Pessoa, a doença de Gualdino Gomes e o seu lugar vago junto da Havaneza. Artigos ainda sobre a maçonaria espanhola, Babbits judaizantes, antevisões da 2ª Grande Guerra, inauguração das delegações da Liga 28 de Maio, Portugal a terra da multa e do papel selado, proclamação de António Pedro aos operários na véspera de uma greve para que não se deixem manipular a soldo de Moscovo. Artigos ainda de Cunha Leal, Alberto de Monsaraz, Rolão Preto, Garcia Domingues (extensos artigos sobre Berdiaef e a cultura russa). A questão de Olivença. Toiros em Vila Franca, Ataques aos burgueses por António Pedro e Dutra Faria. Críticas ao padre Alves Correia, a Teixeira Gomes, a Tomás da Fonseca e às revistas «Seara Nova» e «Era Nova». Invulgar, muito significativa e
rara. No último nº, o 65, anuncia-se o seu reaparecimento dirigida por Rolão Preto, o que veio a suceder pois a Biblioteca Nacional,
embora tendo a sua colecção da revista incompleta sinaliza mais números, entrando no ano de 1933.

784-SCHWALBACH, Eduardo. À LAREIRA DO PASSADO. Memórias. Lisboa, 1944. In-4º de 397 págs. Brochado. Uma vida de dedicação ao jornalismo
e ao teatro, com muitas personalidades importantes, nomeadamente os reis e os primeiros presidentes da República, mas sobretudo escritores, actrizes e políticos, a surgirem em cena reboliça.

799 - SERÕES. Revista Mensal Illustrada. 3 vols. Lisboa, Administração e Officinas - Calçada do Cabra, 7, 1901- 1902 -1903. In-4º 3 vols. de 384-48, 388-48 e 376-48., respectivamente. Encadernações uniformes em chagrin da época, cansadas nas lombadas, uma delas com falhas. Apreciadas revistas pela muito documentação fotográfica da época, destacando-se os artigos de António Ennes sobre a sua viagem até Moçambique, e outros sobre festas, romarias, Lisboa, arte, vindimas, uma visita à Beira, a fome em Cabo Verde e a necessidade de fomentar a florestação
e as artes piscatórias para as quais são muito dotados os naturais.

858 - UM ANO DEPOIS (Aos Vencidos) 31 de Janeiro de 1891-31 de
Janeiro de 1892
. Porto, Typ. da Empreza Litteraria e Typographica,
1892. In - fólio de 20 págs. Com as capas de brochura soltas e com falhas, que se estendem às margens de algumas folhas. Rarissima publicação por uma comissão de Republicanos após a derrota da revolução do 31 de Janeiro de 1891, cuja venda se destinava às famílias dos revoltosos afectadas. Destaque na colaboração para
Rodrigues de Freitas, José de Arriaga, Heliodoro Salgado, Alexandre Braga, filho, João Chagas, Costa Malheiro, Teixeira Coelho, João de Menezes, Guerra Junqueiro, Pereira Caldas. Folheto muito raro.

910 - VIEIRA, José Augusto. O MINHO PITTORESCO. Edição de luxo, ilustrada com mais de
trezentos desenhos de João de Almeida... Tomos I e II. Lisboa, Livraria
Antonio Maria Pereira, 1886.

O catálogo completo deste leilão pode ser obtido AQUI.

A.A.B.M.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

COLÓQUIO: REPÚBLICA E O DESENVOLVIMENTO

Vai realizar-se hoje, 25 de Novembro de 2010, pelas 18 horas, nos Paços do Concelho, em Lisboa, o décimo colóquio desta série de iniciativas conjuntas entre a Fundação Mário Soares e a Câmara Municipal de Lisboa. Desta vez, a conferente será a Professora Fernanda Rollo, do Instituto de História Conemporânea e membro da Comissão Nacional Para as Comemorações do Centenário da República e autora de vários títulos ligados a este período da investigação. Pode ler-se na nota de divulgação deste colóquio: Este 10.º colóquio da série A República Mês a Mês, organizado em parceria pela Fundação Mário Soares e pela Câmara Municipal de Lisboa, é dedicado ao propósito de reflectir sobre as razões e os contextos que condicionaram a realidade económica e social portuguesa no tempo da I República - reconhecendo o seu desenvolvimento e os seus limites, ponderando o passado de que resultaram, considerando os enquadramentos e as circunstâncias políticas em que se inscreveram e de que forma se influenciaram mutuamente. A I República não definiu uma política económica e financeira própria, já que os objectivos avançados pelos republicanos neste domínio - fomento económico e equilíbrio das contas públicas - eram bastante idênticos aos contemplados no modelo económico da Regeneração. Foram contudo inovadoras e significativas, nomeadamente pelos efeitos duradouros dos seus enunciados, várias propostas de fomento avançadas pela República. Apesar de várias dessas propostas terem ficado por concretizar, sobretudo no domínio dos métodos apontados para alcançar o desenvolvimento, foram lançadas e incorporadas novidades bastante significativas, nomeadamente no campo da difusão da instrução; da exploração racional das colónias; do aumento do crédito agrícola e, claro, salientando o indiscutível êxito republicano nesse domínio, as medidas introduzidas na gestão das contas públicas, visando o aumento das receitas e diminuição das despesas do Estado. De assinalar, ainda, o contributo moderno e inovador deixado por um conjunto de autores, como Basílio Teles (1856-1923) ou Ezequiel de Campos (1874-1965) entre tantos outros, que, numa série de escritos dispersos, procuraram enquadrar algumas temáticas relacionadas com o desenvolvimento económico nacional, nomeadamente: a especialização do País na produção agrícola, a valorização do solo, o planeamento regional, e que, no caso específico de Ezequiel de Campos, passavam também por uma consciencialização quanto ao papel da energia eléctrica no desenvolvimento e valorização da economia nacional. Devem considerar-se, na análise do período, a instabilidade política, económica e social marcaram a realidade portuguesa e o enquadramento internacional, caracterizado por sucessivas e profundas perturbações, registadas em vários espaços e ao nível geral, que tiveram impactos evidentes, embora variáveis em termos de natureza e intensidade, na economia portuguesa. Situação em que se destaca, pela dimensão da ruptura à escala planetária, pelo carácter e durabilidade dos seus efeitos e pelo envolvimento directo de Portugal, a I Guerra Mundial. No seu conjunto, a I República constituiu um período genericamente caracterizado por uma evolução económica desequilibrada, irregular e níveis modestos de crescimento. Tendência que se alterou no final do período, sendo de registar sinais de crescimento significativo, sobretudo a partir de 1923, definindo uma conjuntura que registou um relativo reequilíbrio da situação financeira do País, e conheceu a presença ou surgimento de um conjunto de actividades económicas bem sucedidas, em particular industriais, que tenderiam a afirmar-se nos anos seguintes. Com a devida vénia, retirado da Fundação Mário Soares. Uma actividade a acompanhar com todo o interesse. A.A.B.M.

A PROCLAMAÇÃO E A IMPLANTAÇÃO DA REÚBLICA À LUZ DA CORRESPONDÊNCIA DIPLOMÁTICA


Vai realizar-se,hoje, 25 de Novembro de 2010, pelas 18 horas, no Auditório da Biblioteca Nacional de Portugal uma palestra, com o título em epígrafe, pelo Professor Caio César Boschi.

Caio César Boschi é professor de História na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, no Brasil, e autor de “O Brasil-Colónia nos arquivos históricos de Portugal”. Este tema vai também ser abordado AQUI.

Uma iniciativa louvável e que deve merecer a melhor atenção dos nossos ledores.

A.A.B.M.

COLÓQUIO: OS MÉDICOS E A REPÚBLICA

Vai realizar-se amanhã,25 de Novembro de 2010, no CEIS20, em Coimbra, o Colóquio "Os Médicos e a República", onde vários especialistas vão avançar alguns elementos das investigações que têm em curso sobre esta temática, no âmbito do Grupo de Investigação “História e Sociologia da Ciência” deste centro de investigação da Universidade de Coimbra, tendo por coordenadores os Professores Ana Leonor Pereira e João Rui Pita. Pode ler-se na apresentação deste colóquio: Este Colóquio integra-se no Congresso “Os Médicos e a República” cuja primeira parte foi realizada na Sociedade de Geografia de Lisboa em 20 e 21 de Maio de 2010. As duas iniciativas, constituem uma organização conjunta do Grupo de Investigação “História e Sociologia da Ciência” do CEIS20 e da Secção de História da Medicina da Sociedade de Geografia de Lisboa. Programa 10h15 Abertura 10h30 Luís Reis Torgal (FLUC/CEIS20) - Medicina, «escola de políticos». António José de Almeida e a República 11h00 Cristina Nogueira (Fundação Bissaya Barreto) - A face republicana de Bissaya Barreto 11h30 Debate 12h00 Intervalo 14h00 José Morgado Pereira (CEIS20) - República, Poder e Ciência: José Sobral Cid 14h30 Manuel Correia (IST/CEIS20) - A República de Egas Moniz: temas evitados e práticas esquecidas 15h00 Ana Leonor Pereira (FLUC/CEIS20) - A República dos Republicanos: o caso do médico Júlio de Matos 15h30 Virgílio Vasconcelos Ribeiro (Advogado/Mestrando FLUC) - Miguel Bombarda (1851-1910) 16h00 Debate 16h30 Encerramento dos trabalhos Moderador: João Rui Pita (FFUC/CEIS20) ENTRADA LIVRE. Uma actividade a acompanhar com toda a atenção. A.A.B.M.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

A GREVE GERAL DOS CAMINHOS-DE-FERRO - JANEIRO 1911




GREVE GERAL DOS FERROVIÁRIOS PORTUGUESES de Janeiro de 1911 - in Ilustração Portuguesa, 23 de Janeiro de 1911 - FOTOS de Joshua Benoliel;

- FOTO da "reunião dos ferroviários, na rua do Mirante", na greve dos Ferroviários de Janeiro de 1911, por Joshua Benoliel, ibidem (aliás via Torre do Tombo).

J.M.M.

AOS MANIPULADORES DE PÃO - VIVA A GREVE GERAL!



Prospecto "Aos Manipuladores de Pão: Viva a Greve Geral pelo 1.º Comité" [Lisboa, Junho de 1919 ?]

via Torre do Tombo

J.M.M.

A GREVE GERAL



LIVRO: A GREVE GERAL (Discurso na integra, pronunciado no Congresso Geral do Partido Socialista Francês em 1899)
AUTOR: Aristide Briand [1862-1932; ex-presidente do Conselho de Ministros da República Francesa, fundador do jornal "L’Humanité", expulso em 1906 do partido Socialista Francês e galardoado com o prémio Nobel da Paz.

CAPA do livro (traduzido por Armando Costa) publicado pela estimada Colecção "Biblioteca de Propaganda Social" (sendo este o nº6), editada pela "Empresa Editora Popular" (Rua do Poço dos Negros, 79, Lisboa).

- digitalizado via Torre do Tombo.

J.M.M.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

A I REPÚBLICA NOS MUNICÍPIOS PORTUGUESES



Organização: Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão / Museu Bernardino Machado
26 e 27 de Novembro de 2010
Casa das Artes – Vila Nova de Famalicão

INFORMAÇÕES
Museu Bernardino Machado
Rua Adriano Pinto Basto, n.º 79
4760-114 Vila Nova deFamalicão
Telefone 252 377 733
Email: museu@bernardinomachado.org
Internet: http://www.vilanovadefamalicao.org/ | http://www.bernardinomachado.org/


PROGRAMA

26 de Novembro

9h30
Abertura do colóquio

Dr. Paulo Cunha
Vereador da Cultura e Vice-Presidente da
Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão

Prof. Doutor Norberto Ferreira da Cunha
Coordenador Científico do Museu Bernardino Machado

10h00
Municipalismo e Republicanismo
Doutor Viriato Capela
Prof. Catedrático Faculdade de Letras da Universidade do Minho

10h30
A I República em Vila Nova de Famalicão
Doutor Norberto Ferreira da Cunha
Prof. Catedrático Aposentado do Instituto de Letras e Ciências Humanas
Universidade do Minho

11h00
Debate
Intervalo

11h30
A Contra-revolução monárquica em Fafe (1911-1919)
Mestre Artur Coimbra
Chefe de Divisão de Educação, Cultura e Desporto da Câmara Municipal de Fafe

12h00
Viana do Castelo na I República
Dr. António Maranhão Peixoto
Director do Arquivo Municipal de Viana do Castelo

12h30
Debate
Almoço

15h00
História da I República em Chaves
Dr. Júlio Augusto Morais de Montalvão Machado
Médico – Chaves

15h30
Vila Real: República rebelde
Dr. Joaquim Ribeiro Aires
Professor na Universidade Sénior de Vila Real

16h00
Debate
Intervalo

16h30
O Rei não veio. A República chegou.
(A I República em Bragança)
Dr. Augusto Monteiro
Investigador do CEIS20
Universidade de Coimbra

17h00
A alvorada da República no "Berço da Monarquia"
Dr. Amaro das Neves
Presidente da Sociedade Martins Sarmento

17h30m
Principais linhas de força das Vereações Barcelenses durante a I República
Dr. Victor Pinho
Chefe de Divisão BAD do Município de Barcelos

18h00m
Debate
Conclusão



27 de Novembro

10h00
Braga no ocaso de uma “história de reis”: movimentações monárquicas e republicanas
entre 1908 e 1910
Mestre Amadeu Sousa
Professor do Ensino Secundário e Colaborador do CEIS 20
Universidade de Coimbra

10h30
Amarante na Primeira República
Prof. Doutor António José Queiroz
Investigador

11h00
Debate
Intervalo

11h30
A I República na Póvoa de Varzim
Doutor João Francisco Marques
Prof. Catedrático Jubilado da Universidade do Porto

12h00
O “desejado”. O poder local, o projecto de código administrativo republicano e suas atribulações.
Doutor Jorge Fernandes Alves
Professor Catedrático do Dep. História e de Estudos Políticos e Internacionais
Faculdade de Letras da Universidade do Porto

12h30
Debate
Encerramento
Dr. Paulo Cunha, Vereador da Cultura e Vice-Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão

Uma actividade a não perder.

A.A.B.M.

EXPOSIÇÃO: EU FUI UMA TESTEMUNHA ...O 5 DE OUTUBRO EM LISBOA


Está patente, na Galeria de Exposição dos Paços de Concelho, em Lisboa, a Exposição "Eu Fui Uma Testemunha" sobre o 5 de Outubro.

A exposição foi inaugurada a 6 Outubro 2010 e vai estar patente até 29 Abril 2011.
Pode ser visitada de 2.ª A 6.ª FEIRA: 10H00 20H00
DOMINGOS: 10H00 18H00

ENTRADA LIVRE

Uma actividade que recomendamos aos nossos ledores na capital, ou para aqueles que visitando Lisboa procuram uma actividade cultural interessante.

A.A.B.M.

domingo, 21 de novembro de 2010

ALBERTO BRAMÃO (Parte II)



Casou com Maria Luísa Guimarães e voltou a casar em segundas núpcias com Adelaide da Silva, também ela escritora que utilizou por vezes o pseudónimo literário de “Baronesa X”.

Alberto Bramão foi proposto para sócio da Academia de Ciências de Lisboa, na sessão de 13 de Março de 1924, pelo então presidente da Classe de Letras, José Maria Rodrigues, que apresentou como obras de referência deste autor Fantasias, Ilusões Perdidas, Casamento e Divórcio, O Meu Breviário e Crepúsculos [cf. Boletim da Segunda Classe da Academia de Ciências de Lisboa, vol. XVIII (1923-1924), Imprensa da Universidade, Coimbra, 1932, p. 76]. Foi eleito como sócio correspondente da Classe de Letras da Academia das Ciências de Lisboa em 14 de Maio de 1925, tendo como relator do respectivo parecer Júlio de Vilhena. Nesse parecer Júlio de Vilhena destaca as suas qualidades como sociólogo e moralista.

Recebeu também várias condecorações como a grã-cruz da Ordem do Santo Sepulcro de Jerusalém, comenda da Ordem de Afonso XII, de Espanha e hábito da Ordem Teutónica.

Apesar de não se ter conseguido localizar a data, tudo indica que Alberto Bramão, que tinha chegado a ser deputado pelo Partido Regenerador, passou nos últimos anos da Monarquia para o campo republicano.

D. Alberto Bramão, como ficou conhecido literariamente, faleceu em Lisboa, na Rua Leão de Oliveira, a 14 de Novembro de 1944.

Algumas notas biobibliográficas:
- "O Crime de Sendim", em parceria com Raul Brandão, O Monitor
- "Dos Apontamentos e Notas", in O Monitor, 2-XII-1888
- “No mar-alto”, Branco e Negro, Lisboa, Vol. 4, 1898, p. 268
- “Madressilvas”, Revista de Portugal, vol. I, Dir. Eça de Queiroz, Lisboa,
- «Um Filósofo», In Memoriam do Doutor Teófilo Braga 1843-1924, Imprensa Nacional, Lisboa, 1929, p. 13

Colaboração na imprensa:
- Alma Nova
- Boletim da Sociedade Literária de Almeida Garrett, Lisboa, 1903
- Branco e Negro, Lisboa, 1894-1898;
- Diário Popular, Lisboa, 1907-1910
- Diário Português, Lisboa
- Ecos da Avenida, Lisboa, 1890-1931;
- A Folha, Ponta Delgada, 1902-1917;
- Fradique, Lisboa, 1934-1935;
- Gazeta de Portugal
- Geração Nova
- Gil Braz, Lisboa, 1898-1904;
- Jornal da Noite
- O Monitor
- A Mosca, Lisboa, 1910;
- O Nacional
- Nova Alvorada, Vila Nova de Famalicão, 1891-1903;
- Pérola
- O Repórter, Lisboa, 1888-
- Revista de Portugal, Lisboa, 1890;
- República, Lisboa, 1908-1909
- Revista Azul, Lisboa, 1904-1908;
- Revista Literária, Científica e Artística do Século, Lisboa, 1902-1905;
- Soneto Neo-Latino (O), Vila Nova de Famalicão, 1929;
- A Tarde, Lisboa, 1892-1905
- Terras de Portugal, Lisboa, 1925-1935;
- A Tribuna, Lisboa, 1899-1901;
- Universal, Lisboa, 1891-1899;

Bibliografia Publicada:
- Um Beijo, Casa Editora A. Reis, Porto, 1886;
- A rir e a sério : o cantagallo (historia veridica de seus feitos) : theatros e touros : verdades e paradoxos, Livraria António Maria Pereira, 1896;
- Fantasias, Casa Editora J. Bastos, Lisboa, 1897;
- Ilusões Perdidas, Livraria António Maria Pereira, Lisboa, 1898;
- Jornalismo (O), Conferência na sede da Associação dos Jornalistas de Lisboa, 1899, 44 pag.
- A Nossa Aliança (Conferência na Associação dos Jornalistas de Lisboa), Lisboa, 1901;
- Hotéis e Água, (Conferência) no I Congresso Nacional do Turismo, 1936
- Casamento e Divórcio, Livraria Central Gomes de Carvalho, Lisboa, 1908;
- A Velhice e a Mocidade
- Crepúsculos, Lisboa, 1928;
- Sentenças, Máximas e Reflexões, Editora A Americana, Lisboa, 1924;
- O Meu Breviário, S.l., s.n., 1922;
- Julgamento do Amor (Auto em Verso),Livraria Central, Lisboa, 1935;
- Recordações, Livraria Central Editora, Lisboa, 1936;
- Últimas Recordações, s.n., Lisboa, 1945 [póstumo]
- Faúlhas dum Lume Vivo, s.n., Lisboa, 1945 [póstumo].


A.A.B.M.

sábado, 20 de novembro de 2010

I REPÚBLICA – LEILÃO DE MANUSCRITOS DIA 22 NOVEMBRO


Já AQUI referimos o LEILÃO de Manuscritos, Livros, Caricaturas, Fotografia e Gravura, a realizar nos próximos dias 22, 23 e 24 de Novembro pela Artes e Letras (Leilões), onde se encontram bem representados livros e manuscritos de referência para uma bibliografia republicana.

[Ms.] ALGUMAS ANOTAÇÕES CURIOSAS: MANUSCRITOS de Adelino da Palma Carlos, Afonso Costa [correspondência familiar], Afonso Lopes Vieira, Agostinho Fortes, Alberto Bramão, Albertina Paraíso [feminista], Alberto Pimentel, Alberto Xavier, Albino Forjaz Sampaio, Alfredo Pimenta, Álvaro Pinheiro Chagas, Ana Carbia Bernal [maçon e feminista], Ana Castro Osório, Anselmo Ferraz de Carvalho [de imp. Conimbricense], António Baião, António Cabral, António Cabreira, António de Paiva Gomes [ex-ministro das Finanças (1919) e das Colónias, membro do PRP, fundou o jornal "O Incondicional" em Lourenço Marques, maçon com n.s. Câmara Pestana], António França Borges [jornalista, director da Vanguarda, País, Lanterna e a Pátria, fundador e director do combatente jornal O Mundo, antigo deputado pelo PRP, maçon da Loja Montanha, com n.s. Fraternidade, etc., Venerável da Loja Futuro], António Sá Nogueira, António Sérgio, António Zeferino Cândido, Aquilino Ribeiro, Armando Agatão Lança [militar republicano, deputado, governador-civil de Lisboa, maçon da Loja Revolta de Coimbra, com n.s. Robespierre], Augusto Casimiro, Augusto José da Cunha [monárquico que se inscreve no PRP, em 1907], Azevedo Neves [médico, ministro comércio no gov. Sidónio Pais, maçon iniciado no triângulo nº159 (Amadora), com n.s. Justitia], Bernardino Machado [importantes lotes de correspondência], Câmara Reys [do grupo Seara Nova], Cardoso Marta [figueirense, republicano e escritor], Carlos Babo [adv. e escritor, anticlerical], Carlos Ferrão [contundente jornalista e panfletista republicano], Carolina Michaelis de Vasconcelos, Coronel Firmino José da Costa [interessante conjunto de documentos], Coronel Henrique Pires Monteiro [deputado republicano (1922) e Of. Sup. Exercito, fez parte do CEP, foi ministro do Comércio, maçon iniciado na Loja Liberdade, com n.s. Hipólito Mendonça], Custódio Maldona Freitas [farmacêutico instalado nas Caldas da Rainha, imp. republicano local, fundador do jornal O Regionalista (afecto ao Partido Reconstituinte), maçon iniciado na Loja Fraternidade de Óbidos, com n.s. Geleno, e adepto carbonário], David Lopes, Diogo Pacheco de Amorim [católico, deputado pela Covilhã em 1919, depois deputado pela AN], um Diploma Maçonico [curioso documento maçónico endereçado ao Mestre Berthier (n.s.) por serviços prestados como comandante da divisão de Beja, na altura da carta Constitucional, junto com documento que refere o comandante como sendo o Coronel Cristóvão José Franco Bravo (1798-1863, militar envolvido nas lutas liberais, exilado na sequência do acto de 1831, que envolveu também Alexandre Herculano, promovido a major depois do desembarque do Mindelo, depois chefe do Estado Maior da 1ª Divisão do Exército, servindo, já general, como ajudante de D. Fernando e depois marechal de campo como ajudante de D. Luís – cf. A Mocidade de Herculano, de Vitorino de Nemésio, pp.384-386)], Domingos Leite Pereira [jornalista (na Pátria, Verdade, Radical), professor, deputado do PD, Pres. C.M. Braga, várias vezes ministro (1919-24), resistente contra a ditadura militar e o Estado Novo, maçon iniciado no triângulo nº146, de Braga, com n.s. Cândido dos Reis], Egas Moniz, Elzira Dantas Machado [casada com Bernardino Machado e fundadora da Liga das Mulheres e da Associação de Propaganda Feminista], [ms] Extractos do Livro Verde ou Copiador de Junot, Fausta Pinto da Gama [feminista, fez parte do Conselho Nacional das Mulheres], Faustino da Fonseca, Fernão Botto Machado, Filomena Nogueira de Oliveira [fundadora da Junta Patriótica do Norte, 1917], Francisco da Cunha Rego Chaves [militar, ministro no governo Sá Cardoso, participante na revolta de 14 de Maio de 1915], Francisco Manuel Homem Cristo, Francisco Cunha Leal, Guiomar Torresão [feminista e fundadora do Almanaque das Mulheres], Henrique Linhares de Lima [salazarista, ministro do Interio, impulsionador da campanha do Trigo], Homem Cristo Filho [republicano radical, tendo posteriormente aderido ao fascismo], Jeanne de Almeida Nogueira [feminista, pertenceu à Liga Portuguesa da Paz], João de Barros, João Viegas Paula Nogueira [republicano, natural de Olhão, foi senador em 1918], Joaquim de Carvalho, José Domingos dos Santos [sobre o seu exílio em França, datada de 1945], José Jacinto Nunes, José Ribeiro de Castro [adv., jornalista e político, militou no Partido Progressista antes de seguir o ideário republicano, fundador do primeiro periódico republicano (na Guarda), O Povo Português, fez parte da comissão de Resistência no 5 de Outubro, foi deputado, por diversas vezes ministro, foi maçon iniciado na Loja Federação, com n.s. Lamartine, tendo desempenhado o cargo de Grão-Mestre Adjunto do GOLU (1908-1915)], José Soares da Cunha e Costa [adv. e jornalista, republicano inicialmente (pertenceu à vereação da C-M. Lisboa, 1908-11), convertendo-se ao ideal católico e monárquico, maçon iniciado na Loja Independência, com n.s. Pascal], Júlio Dantas, Júlio Lobato e Ernesto Amorim [jornalista, fundador do jornal A Voz de Angola (1908)], [ms] Livro de Actas da Sociedade Cooperativa Fraternidade Operária de Lisboa [imp. e valioso], [ms] Maçonaria – [Carta da Loja O Futuro a António Sá Nogueira, assinada por Heliodoro Salgado, comunicando-lhe a sua "irradiação" por "desinteresse pela Ordem"], Manuel Borges Grainha, Manuel Gregório Pestana Júnior [republicano, maçon e carbonário, natural de Porto Santo, deputado e ministro das Finanças, implicado na revolta da Madeira contra a ditadura, maçon da Loja Revolta, com o n.s. Bakunine], Manuel Teixeira Gomes, Maria Benedita Mouzinho de Albuquerque Pinho [republicana e feminista, pertenceu à Liga Republicana das Mulheres, tinha ligações a membros da Carbonária, amiga de Cristina Torres, que a cita na sua evocação do dia 5 de Outubro de 1910, na Figueira da Foz], Maria Olga de Morais Sarmento da Silveira [fez parte da Liga Portuguesa da Paz, dirigiu a publicação Sociedade Futura, viveu largo tempo em Paris], Maria Veleda [aliás Maria Carolina Frederico Crispin, foi professora primária e escritora, importante militante no movimento feminista e republicano, livre-pensadora e espiritualista fazia parte da Federação Espírita Portuguesa, tendo escrito importante textos sobre a mulher na revista de Espiritismo), foi iniciada na Loja Humanidade, com n.s. Angústias], Norton de Matos, Nuno Simões [republicano, economista e ministro em três governos da República], Paulino de Oliveira [marido de Ana de Castro Osório, escritor, jornalista e republicano], Xavier da Cunha.

ver CATÁLOGO AQUI

J.M.M.

D. ALBERTO BRAMÃO (Parte I)


Nasceu em 7 de Novembro de 1865, com o nome completo de Alberto Allen Pereira de Sequeira Bramão. Seus pais foram Jaime Henriques Álvares Pereira de Sequeira Bramão e Delfina Emília Allen.

Começou a colaborar na imprensa nas páginas do Monitor, jornal que sucedeu ao Monitor de Bouças, onde publicava também o seu particular amigo Raul Brandão. Esta situação pode ser observada “no prefácio-carta a Alberto Bramão, Raul Brandão evoca a Foz do Douro da sua infância e da sua adolescência e comenta: «Foi das nossas discussões sobre Arte que estes contos nasceram...». [Álvaro Manuel Machado, Raul Brandão entre o romantismo e o modernismo, Instituto de Cultura e Língua Portuguesa, Ministério da Educação, Lisboa, 1984, p. 53]

A sua ligação ao jornalismo é muito estreita e extensa, conforme veremos na listagem dos jornais e revistas onde colaborou, a consultar na parte final desta nota biográfica.

Entra na política pela aproximação que fez a Marçal Pacheco, deputado e mais tarde par do reino, que foi co-proprietário do jornal O Repórter. Por essa via estabeleceu relações de amizade com algumas personalidades políticas de relevo no Partido Regenerador, tornando-se depois secretário particular de Hintze Ribeiro.

Foi eleito deputado em 1901 pelo círculo eleitoral nº123, de Ponta do Sol; em 1902-1904, pelo círculo eleitoral nº1, de Viana de Castelo, voltando a ser eleito pelo mesmo círculo em 1904. Integrou diversas comissões de Redacção no Parlamento. Com Carlos Malheiro Dias e José Maria de Oliveira Simões apresentou uma proposta de defesa dos interesses do concelho de Monção. [cf. Luís Bigotte Chorão, Dicionário Biográfico Parlamentar 1834-1910, vol. 1 (A-C), coord. Maria Filomena Mónica, col. Parlamento, Imprensa de Ciências Sociais/Assembleia da República, Lisboa, 2004, p. 437-438]

Dedicou-se também à poesia tendo publicado inúmeros poemas por diversas publicações. No final da década de 80 do século XIX, a sua poesia aproximou-se da corrente decadentista, conforme se pode constatar no soneto “Delírio” (1886), onde revela um sadismo vampírico. Mas, a sua matriz literária aproxima-o, em termos literários, do neo-romantismo, sendo mesmo considerado “um dos poetas que melhor ilustram a continuidade de linhas temáticas e estilísticas do romantismo epigonal português” [Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, vol. II, Coord. Eugénio Lisboa, Publicações Europa-América, Mem Martins, 1990, p. 490].

Em 1895, Alberto Bramão publica uma colectânea de poemas intitulada Fantasias, onde essas influências neo-românticas são claras. Exalta a mulher, na sua beleza perfeita, pura e quase divina, não apenas o amor por consumar.

Em 1906 foi um dos fundadores da Sociedade de Propaganda de Portugal, organização a que viria a presidir anos mais tarde. Foi também esta instituição que organizou em Lisboa, em 1911, o I Congresso Internacional de Turismo.

Foi também membro da Associação de Jornalistas de Lisboa.

[Em continuação]

A.A.B.M.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

JOÃO CHAGAS



in Archivo Republicano, Ano III, nº18, Junho de 1911

J.M.M.

COLÓQUIO - CENTENÁRIO DA REPÚBLICA E DA CONSTITUIÇÃO DE 1911

COLÓQUIO: Centenário da República e da Constituição de 1911; DIAS: 24, 25 e 26 de Novembro [ver AQUI O PROGRAMA] LOCAL: Universidade Lusíada (Rua da Junqueira, 188, Lisboa); ORGANIZAÇÃO: Universidade Lusíada (CEJEA e CITAD); LIVRO: "A constituinte de 1911: as grandes polémicas", Org. e Selec. Prof. Ricardo Luís Leite Pinto. ALGUMAS ANOTAÇÕES: * Dia 24 de Novembro: Tema 1: "Monarquia e República" - Conferencistas: Paulo Teixeira Pinto, Lourenço Pereira Coutinho, Pedro Aires de Oliveira, Bruno Cardoso Reis, Miguel Metelo Seixas; * Dia 25 de Novembro: Tema 2: "Arquitectura e património na I República" - Conferencistas: Maria João Baptista Bonina Grilo, Maria João Baptista Neto, Alexandra Paula de Carvalho Antunes, Luís Mota Figueira; * Dia 26 de Novembro: Tema 3: "Constituição de 1911: aspectos históricos e jurídico-políticos" - Conferencistas: António de Araújo, Rui Manuel Monteiro Lopes Ramos, Carlos Blanco de Morais, Luís Miguel Lopes de Carvalho Bigotte Chorão, Luís Manuel Barbosa Rodrigues, João Carlos Simões Gonçalves Loureiro. - ver INSCRIÇÕES AQUI. - ver TODO O PROGRAMA DO COLÓQUIO AQUI. J.M.M.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

COLÓQUIO: REVISITANDO ALEXANDRE HERCULANO

No âmbito das comemorações do Bicentenário do Nascimento de Alexandre Herculano, têm-se organizado vários colóquios onde se tem analisado a personalidade deste romancista, escritor, poeta e historiador português do século XIX. Desta vez, será a Faculdade de Letras da Universidade do Porto, que no próximo dia 19 de Novembro de 2010, no Anfiteatro Nobre, vai assinalar esta efeméride com o colóquio que contará com as seguintes participações: - Ofélia Paiva Monteiro, Herculano: da arte narrativa do ficcionista - Maria Fernanda Gil da Costa, Herculano tradutor e intérprete do Romantismo Europeu - Maria João Reynaud, Herculano Poeta/Profeta - Ana Isabel Buescu, Alexandre Herculano e a polémica de Ourique - Pedro Vilas-Boas Tavares, Alexandre Herculano e o Antigo Regime: «pontes» de uma ruptura - José Adriano de Freitas Carvalho, Herculano, poeta religioso - Manuel Clemente, Alexandre Herculano e o clero, ou o clero de Alexandre Herculano - Armando Luís de Carvalho Homem, Da Regeneração à República: para um perfil do «Historiador Português» - Luís Cabral, Alexandre Herculano e a Biblioteca do Porto: um caso Exemplar - João Francisco Marques, Herculano VS Padre vicentino Barros Gomes (história de uma polémica) - Maria de Fátima Marinho, A falsa ingenuidade de Herculano Uma personalidade literária e política do nosso século XIX, muito ligada à implantação do regime liberal em Portugal e que actualmente foi quase por completo banida dos currículos escolares. Foi um dos responsáveis pela introdução da corrente romântica, de Jules Michelet, em Portugal, ficando muito ligado à ideia de Idade Média e aos momentos fundadores. Veja-se a propósito a sua História de Portugal, toda ela centrada no momento chave que foi o da fundação da nacionalidade. Uma actividade a acompanhar com todo o interesse. A.A.B.M.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O ALARME - GRUPO SOCIALISTA ACÇÃO LIVRE


O ALARME. Quinzenário porta-voz do grupo socialista Acção Livre [no nº2/nº3 aparece com o subtítulo "porta-voz do PCP – Secção de Coimbra". O Jornal era redigido por tipógrafos – cf. Victor de Sá] - [Ano I, nº1 (17 de Julho 1921) ao nº 3 (15 de Agosto 1921)], Coimbra; Editor: Raul Fernandes da Piedade; Redactor-principal: A. [António] Tavares; Colaboradores: H. Caetano de Sousa, José Silva Oliveira; Administração e Redacção, Beco do Amorim, 3, Coimbra; Impressão na Casa Minerva, Coimbra

NOTA: O ALARME era pertença do Grupo Socialista Acção Livre, comunista-libertário. Curiosamente o Grupo tinha a intenção de concorrer às eleições legislativas [cf. Alberto Vilaça, Para a História Remota do PCP em Coimbra (1921-1946)] apresentando como deputado o operário gráfico António Tavares e para senador Eduardo Soares Catita [ibidem]. Ainda segundo Alberto Vilaça, é de supor que o redactor-principal, A. Tavares, seria o mesmo que em 1914 editou A Batalha Anarquista, do mesmo modo que editava e dirigia A Revolta, ambas de orientação anarco-comunista. Do mesmo modo, é-nos dito que Raul Fernandes da Piedade (Editor) tinha antes feito parte da redacção do periódico A Voz Socialista (órgão do PS da região de Coimbra) e que H. [Henrique – vide José Pacheco Pereira, Análise Social, nº67/68, 1981] Caetano de Sousa era, na altura, o "secretário da Junta Nacional do Partido". Deste modo, parece, no dizer de Alberto Vilaça [op. cit], que este periódico constitui "à escala nacional, o primeiro órgão de que o Partido dispôs na imprensa".

"O ALARME, ao iniciar a sua publicação saúda o proletariado organizado. Envia aos trabalhadores de todo o Mundo as suas saudações fraternais. Protesta energicamente contra as prisões arbitrárias do mesmo proletariado aos gritos

VIVA A REVOLUÇÃO SOCIAL!
" [capa do nº1, AQUI digitalizado]

J.M.M.

COMISSÃO MUNICIPAL REPUBLICANA DE BRAGA EM 1892


Realizando uma pesquisa encontrou-se uma referência interessante para os nossos ledores, localizou-se uma das primeiras Comissões Municipais Republicanas de Braga.

Esta notícia pode ser consultada no jornal Defensor do Povo, de Coimbra, recentemente digitalizado no âmbito do projecto Alma Mater da Universidade de Coimbra, que se tem revelado muito interessante e para o qual remetemos os nossos ledores.

A.A.B.M.

domingo, 14 de novembro de 2010

MANUEL TEIXEIRA GOMES



A propósito da inauguração amanhã, da Exposição acerca de Manuel Teixeira Gomes, encontramos no Arquivo Republicano, de Fevereiro de 1911, uma fotografia do escritor, comerciante e Presidente da República, natural de Portimão e que nos primeiros tempos da República desempenhou algumas missões bastante complexas.

A personalidade de Teixeira Gomes era encarada por alguns dos seus correligionários da forma que apresentamos abaixo.


Um artigo de Francisco da Silva Passos (F.S.P.), que era na época redactor principal na revista Arquivo Republicano.

A.A.B.M.

EXPOSIÇÃO: TEIXEIRA GOMES, OS ANOS DO PORTO


Vai ser inaugurada amanhã, no Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto, a Exposição Teixeira Gomes, Os Anos do Porto.

Esta exposição recorda o período da vida de Manuel Teixeira Gomes, no início dos anos oitenta do século XIX, quando se instala na cidade do Porto e contacta algumas figuras marcantes na vida da cidade invicta. Destacam-se as relações de amizade que estabeleceu com Soares dos Reis e Marques de Oliveira, mas também com Basílio Teles, Júlio de Matos, Maximiano de Lemos, Joaquim de Araújo, Queirós Veloso, Emídio de Oliveira, João Chagas, Xavier de Carvalho, Ricardo Malheiro, entre outros, que se reuniam na padaria que pertencia ao pai de José Pereira de Sampaio (Bruno) situada na Rua do Bonjardim [Gama, Manuel, O Pensamento de Sampaio Bruno, INCM, Lisboa,1994, p. 37]. Por vezes acompanhados por Silva Pinto, mas sobretudo com orientação de Bettencourt Rodrigues, de um cidadão espanhol Fernando Garrido e de um cirúrgião indiano de nome Colasso que funcionaram como mestres para este grupo de intelectuais portuenses do final dos século XIX e início do século XX.

Pode ler-se na nota de apresentação desta exposição:

É evocado o Republicano, o Escritor e o Coleccionador que ofereceu ao Museu o seu Retrato pintado pelo amigo Marques de Oliveira e o da filha do Visconde de Meneses, a quem o ligaram sentimentos cuja memória não quis deixar apagar.

Em 1924 passa de novo na cidade, agora como Presidente da República. A sua visita é pretexto para, na exposição, se evocar a cidade desses novos anos.

Esta exposição que conta com a colaboração do Museu de Portimão, estará aberta até Março do próximo ano e ao longo deste tempo serão editados quatro números mensais do jornal da exposição.


Uma exposição que recomendamos a todos os nossos ledores, em particular os da cidade do Porto.

A.A.B.M.

XXX ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE HISTÓRIA ECONÓMICA E SOCIAL

Subordinado ao tema global: Crises Económicas, Crises Sociais, vai realizar-se no Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa (ISEG/UTL), nos próximos dias 19 e 20 de Novembro de 2010, o XXX Encontro da Associação Portuguesa de História Económica e Social. A Comissão Científica deste Encontro é constituída por: Jorge Alves (FL/UP) - Presidente Nuno Valério (ISEG/UTL) Jorge Pedreira (FCSH/UNL) Carlos Bastien (ISEG/ UTL) Hermínia Vilar (UE) Cristina Moreira (EEG/ UM). Por seu lado a Comissão Organizadora é constituída por: Amélia Branco Dias (ISEG/UTL) Carlos Bastien (ISEG/UTL) Leonor Freire Costa (ISEG/UTL) Pedro Neves (ISEG/UTL) Rita Martins de Sousa (ISEG/UTL) O programa detalhado deste colóquio poder ser encontrado AQUI. Este, que é um dos mais importantes fóruns dos historiadores portugueses, realiza-se há já 30 anos, e conta com um conjunto de reputados investigadores. Este ano, conta com quase duas centenas de palestrantes que vão repartir-se pelas seguintes áreas: 1A - Crise do Antigo Regime e liberalismo (I) 1B - Crises and recoveries in the 20th century 1C – Labour and human capital (I) 1D - Crises e globalização 1E – Mudança social no mundo contemporâneo (I) 1F – História empresarial (I) 2A - Instituições e poder na época moderna 2B – Capitania de Minas Gerais no século XVIII 2C - Fiscalidade e construção do Estado 2D – Mesa Redonda – A crise do século XVII em Portugal: interpretações e estado da questão 2E - Prices, consumption and living standards 2F - Business history 2G – I República: Temas e problemas de História Económica e Social (I) 3A - Espaços e fronteiras na Península Ibérica medieval 3B – Crise do Antigo Regime e liberalismo (II) 3C – Crises no Brasil, séculos XIX e XX 3D – Urbanismo 3E – Labour and human capital (II) 3F - Caminhos-de-ferro, persistência e modernidade 3G – Comércio, contratos e fiscalidade na Ibero-América, séculos XVI-XVIII (I) 3H – Crises económicas e crises sectoriais: o caso da cortiça 4A - Tesouros Régios Medievais: Repositórios de obras de arte, reservas de capital, instrumentos de afirmação de poder, reflexos de identidades 4A - Tesouros Régios Medievais: Repositórios de obras de arte, reservas de capital, instrumentos de afirmação de poder, reflexos de identidades 4C - Terra, território e conflito na América Portuguesa 4D – Monetary and financial crises (I) 4E – História do pensamento económico (I) 4F - Crises and regulation 5A - Comércio, contratos e fiscalidade na Ibero-América, séculos XVI-XVIII (II) 5B - Moeda, crédito e finanças 5C – Mudança social no mundo contemporâneo (II) 5D - Monetary and financial crises (II) 5E - História do pensamento económico (II) 5F – Relações comerciais internacionais 5G - Business groups and firms in Portugal: historical perspectives 6A - Dinâmicas do império português, séculos XVI a XVIII 6B - De portas adentro: "casas", consumos e distinções sociais do século XVI ao século XIX 6C – Dinâmicas regionais no Brasil Imperial 6D - I República: Temas e problemas de História Económica e Social (II) 6E - História empresarial (II) 6F - International trade and regional dynamics 6G – Trade and credit 6H – Demography and urbanism Na página do Encontro já é possível encontrar alguns dos estudos que vão ser apresentados, onde destacamos, entre outros, os trabalhos de João Figueira, de Ana Prata, Daniel Alves, Joana Bento Torres, Joana Pereira, Luís Beato Nunes, Hugo Silveira Pereira, António Portugal Duarte, Francisco Pinheiro, Manuel Ferreira Rodrigues, entre muitos outros. Um colóquio a acompanhar com toda a atenção. A.A.B.M.

sábado, 13 de novembro de 2010

A FIGUEIRA DA FOZ E O 5 DE OUTUBRO DE 1910



LIVRO: A Figueira da Foz e o 5 de Outubro de 1910
AUTOR: Álvaro Cação Biscaia
EDIÇÃO: CB - Associação de Ideias
PATROCINADOR (Exclusivo): Casino da Figueira da Foz

"... Divida em três partes, a obra retrata as 'sementes da República', algumas das 'instituições figueirenses' que integram a história da República e 'os dias que antecederam o 5 de Outubro' na cidade.

Com o patrocínio exclusivo do Casino Figueira, e com a colaboração de Frederica Jordão na pesquisa e composição, este livro pretende ser, explicou o autor, 'um contributo para a memória local' associando-se às inúmeras iniciativas desenvolvidas na cidade no âmbito das comemorações do Centenário da República.

'Esquadrinhando a história das instituições (de hoje e de então)' o livro traz à estampa a 'forma como a sociedade figueirense enfrentou e viveu' este acontecimento histórico português. 'Na Figueira o carácter da política é inteiramente abstracto, (...) os habitantes da Figueira são todos, em política, ou regeneradores ou progressistas (...)', descreve Ramalho Ortigão nas 'Farpas',citado neste livro.

As 'rivalidades' entre instituições, clubes locais, o 'contraste' entre a imprensa de hoje e de então são alguns dos pontos abordados nesta obra...
"

via O Figueirense

J.M.M.